terça-feira, 8 de abril de 2014

Cadê Teresa II ...

existem alguns seres pelos quais nutrimos um carinho, uma ligação que a racionalidade desconhece ... mesmo sabendo que para eles (no caso, ela - Teresa) não temos a menor importância - pois não fazemos parte de seu mundo ... e, mesmo sem a sua atenção e presença sabemos que teremos que sobreviver ...


mas ainda assim, seguimos loucamente torcendo para que seu caminho seja de felicidade e coisas boas ... claro, virão substitutos (tentando) ocupar o seu lugar, mas nada que se compare ao tom de "especial" que ela deixou em nossa lembrança e convivência (convivência curta sim, mas indelével) ...



domingo, 6 de abril de 2014

Joanópolis ...

não sei se é sob esse céu, luz e ao lado dessas montanhas que um dia o vento apagará minhas pegadas deixadas nos atalhos e caminhos empoeirados ... seria bom ...




ao menos, nas montanhas estamos mais perto de Deus ... ou minimamente perto da casa dele ...




quinta-feira, 3 de abril de 2014

Bon vivant ...

às vezes nos damos o direito a extravagâncias ... mas com justificativa válida (subjetiva, mas válida) ...



 

muito mais que pelo vinho (Este - assemblageTannat-Cabernet Sauvignon) ... pelo rótulo ... desenvolvido pelo artista plástico Carlos Páes Vilaró (falecido em fevereiro de 2014)
já namorava e acalentava ter um dia um dos 1500 rótulos desse artista ... com a notícia de sua morte e rememorando a minha formação de artista gráfico, não tive dúvidas, tomei coragem e adquiri o rótulo de nº0778 ... uma história interessante, é o nome dado ao vinho - foi uma homenagem aos quatro gatos (Norte, Sur, Este e Oeste) com quem Vilaró convivia em NY ... uma pena, foram homenageados apenas dois dos gatos Este e Oeste ... o rótulo de Oeste é lindo também, mas não encontrei por aqui ainda ... a ideia é degustar o vinho em alguma ocasião muito especial e transformar o(s) rótulo(s) em um pequeno quadro ... uma forma de demonstrar a minha admiração pelo trabalho deste artista ...


e por falar em extravagâncias, vejam que peça mais estranha e linda adquiri em Joanópolis ...


a princípio o que chamou a atenção foi sua beleza plástica, e nem imaginava para que serviria uma coisa estranha dessas ... até ler em seu rótulo - Tira Botas ... incrível imaginar que um dia alguém poderia usar uma peça dessas para retirar as botas de seus pés ... muito menos que alguém poderia inventar tal peça para esse fim ... para se ter uma ideia de escala ... a foto das extravagâncias do mês ... rsrsrs





quarta-feira, 2 de abril de 2014

dentro, fora ... perto

vira e mexe, em alguns dias da semana, e, vários dias do mês acuso o Estado de me fazer perder tempo ... e sempre penso em alguma forma de me pagarem hora extra pelo transtorno ... metrô lotado ...



fácil, fácil acabamos perdendo 30~40 minutos ... mas hoje não me importei muito não, afinal estava em boa companhia - Ruy Castro, Morrer de Prazer ... crônicas de um cara que teria tudo pra ser "de mal" com a vida (ex-alcoólatra e que teve de enfrentar um câncer na garganta), mas celebra a vida com prazer e alegria ... como dizem os budistas ou xintoístas ou alguma outra religião oriental - "... pensar na morte três vezes ao dia para vivermos bem" ... acho que é isso mesmo ...



A Vida é perto

O conceito é de Millôr Fernandes (quem mais?), e meio que se explica por si mesmo: a vida é perto. Foi dito por ele para nossa querida amiga, a cantora Olivia Byington, a respeito de alguém que, sendo carioca e morando no Rio, fazia questão de ter casas e apartamentos em várias cidades do planeta. "A vida é perto, Olivia", disse Millôr. Sem elucubrações outras. Ela entendeu, contou para todo mundo e todo mundo entendeu.

Foi também de Millôr que roubei o conceito de que o ideal é morar, no máximo, até o 4º andar -para conservar a perspectiva humana. Por isso, há anos, ao comprar um apartamento no Rio, fiz questão de que, ao chegar à janela, eu estivesse ao alcance da voz de quem passava lá embaixo, na calçada. De que pudesse ler a tabuleta na carrocinha com o preço do Chica-bon e, idealmente, distinguir a cor dos olhos das moças a caminho da praia -único item que não foi atendido, porque elas passam de óculos escuros. Enfim, a vida é perto.

Na semana passada, uma autoridade sanitária paulistana, preocupada com as possibilidades de contágio da gripe suína, disse que a situação é grave porque, em São Paulo, as pessoas passam o dia em interiores: no ônibus, no metrô, no escritório, na fábrica, no restaurante, em casa ou na casa dos outros. Impossível o espirro individual. Dali inferi que, em algumas cidades, a vida é dentro. E que, nas demais, o Rio, por exemplo, a vida é fora.

Pode-se estender o conceito a muitas categorias, como a de que a vida é hoje, ontem ou amanhã, de que é agora ou nunca, ou de que é um amistoso ou a valer três pontos. Tudo vale. Acacianismos a parte (tipo "Viver é muito perigoso", Guimarães Rosa), talvez levássemos vida melhor se tivéssemos mais tempo para pensar nela.

Mas não dá, porque a vida, quando acordamos para ela, é depressa.